Aydete Vianna é uma das maisinspiradas poetisas alagoanas. Seus poemas têm um quê deternura que nos encanta. Meiga, e sensível, ela conquista a todos que dela se acercam. Eu, parti-larmente, a estimo e a admiromuito. Aqui, minha homena-gem a essa grande poetisa.
COMO QUEM COLHE MAÇÃ
Aydete Vianna
Colha a vida sabiamente
Como quem colhe maçã,
Tomando-a com mão inteira
Sem qualquer postura vã.
Senão ela se ressente,
Perde o viço, perde a cor,
Não se dá mais docemente
Resolve não ter sabor.
É dever acarinhá-la
Ainda na macieira
Tocá-la com o coração
Pondo no gesto a razão.
Pois a vida, tão exigente,
Do seu valor consciente
Vende-se caro na feira
Desse mundo de ilusão.
Francisco Valois foi um dos mais importan-
tes poetas alagoanos. Escreveu verdadeiras
pérolas do soneto. Membro da Academia
Alagoana de Letras, nasceu em Maceió,
mas criou-se em União dos Palmares, ter-
ra de Maria Mariá.
Aqui, o meu tributo ao inesquecível amigo.
A NOITE REINVENTADAFrancisco Valois
A NOITE se reinventa e a lua tece,na transparência azul do céu tarjado,a lírica canção de amor que, em prece,o vento me segreda. Deslumbrado,No olhar retenho a rosa que florescena quietude do campo serenado
e sugere um veleiro que alvorece,
na solidão do porto abandonado:e nessa solidão que o porto habita,onde a maré vazante não se agita,exila-se a saudade primitiva:- o gesto de um adeus acontecidoremanesce no olhar entardecidocomo sombra lunática, opressiva.
Hoje, 21 de março, é uma data muito especial para mim. Há vinte e nove anos, em 21 de março de 1980, eu via realizado o grande sonho de minha vida: foi quando me casei, em Belo Horizonte, com o Nilo, momento de encantamento, quando mergulhei em meus sonhos e passei a vivenciar minha real felicidade. Hoje, olhando o passado, vejo como os anos passaram depressa, sem que nos déssemos conta. Sinto que já não sou a mesma: os cabelos embranquiçaram, a pele perdeu o viço, o peso dos anos começou a deixar as suas marcas. Nilo também já não é mais o mesmo: a calvice se acentuou, os dentes lindos já levaram alguns retoques, a barriga cresceu um pouco. Somente os olhos conservaram o azul turquesa pelo qual me apaixonei. Mas o amor, esse o tempo não conseguiu destruir e, ainda hoje, nos olhamos com a mesma ternura que sempre nos emocionou nos nossos momentos de carinho.
A BORBOLETA E A MENINA
Zé Alberto Costa
A borboleta amarela
veio da rosa pra mim,
em minha mão calejada
deixou olor de jasmim,
um momento comovente
que só se vê num jasmim.
A borboleta e a rosa
se confundem na folhagem,
uma nasce perfumada,
outra parece miragem,
uma vive no jardim
a outra está de passagem.
A menina acompanhou
aquela cena tão bela
desejando criar asas
e sair pela janela
beijando todas as flores
qual borboleta amarela.
José Alberto Costa é jornalista, escritor e poeta. E é meu amigo. Participa do grupo literário Movimento da Palavra, onde apresenta verdadeiras jóias poéticas, trabalhos que posta no blog do Movimento (movimentodapalavra.blogspot.com). Visitem esse blog e lá encontrarão grandes poetas alagoanos e também de fora do Estado. É um blog lindo!
A apresentadora Hebe Camargo, no apogeu dos seus 80 anos, festejados no dia 8 de março deste ano, continua a ser admirável, exibindo uma vitalidade de fazer inveja a qualquer mortal. E, para homenageá-la, posto neste cantinho do meu blog uma foto sua, ladeada por minha irmã Goia e minha saudosa madrinha e cunhada Maria Emília, no Resort "Blue Tree Park", em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. É uma homenagem simples, mas feita de coração, para parabenizá-la pelo seu festejado aniversário.
Morreu Clodovil Hernandes, figura das mais polêmicas do mundo da moda, da televisão e da política. Inteligente, culto, desafiador, debochado, Clô (para os íntimos) era uma pessoa deveras espontânea. Lingua solta para dizer o que pensava, jamais se intimidou para criticar, para alfinetar quem quer que fosse: políticos, artistas, desafetos. Estilista de traço firme e criações admiráveis, foi o figurinista mais solicitado pelas figuras mais badaladas da sociedade carioca e paulista nas décadas de 60 e 70. Muitas artistas também vestiram seus modelitos bem confeccionados. Uma delas, foi a cantora Elis Regina, de quem Clodovil se tornou grande amigo. Hoje, no apogeu de uma vida cheia de realizações, ele nos deixa e deixa também um legado que jamais será esquecido. O Brasil lamenta a sua morte, saudoso de sua imagem elegante e do seu carisma. Descanse em paz, Clô!
É emocionante sentir ocarinho de um irmão. E nós, Goia e eu, temos a felicidade de possuir irmãos tão amorosos, cujo carinho nos tornamuito felizes. E Berto éum desses irmãos queri-
dos.
MANA GOIA
Bartolomeu Miranda
Na inocência de uma infância atribulada,
vivíamos momentos felizes mesmo assim,
no convívio de uma mãe como o jasmim
que perfumava as agruras de nós todos.
De instantes múltiplos misturando lágrimas
e sorrisos, acolhíamos as brincadeiras
em que levava as mãos sobre as cadeiras
até o pranto inconsolável do castigo.
Marcada pelo caráter irreparável e
um comportamento responsável e ilibado,
Glorinha tem sido um escudo registrado
na proteção dos amigos e da família.
Coração, ora de leão, ora de cordeiro,
sabe conduzir seus conviventes,
num gesto sempre comovente,
de carinho, de bondade e austeridade.
Essa a querida mana que conheço,
da infância à maturidade atual,
sobra-lhe em demasia ser leal,
na sua forma simples de ser.
As suas qualidades transparentes
Levaram-na à condição de mártir,
tolhendo o direito de parir
um rebento de sua produção familiar.
Essa é a Goia que conheço
na brandura de seus gestos maternais,
escudada pelas proteções celestiais,
resultado natural de quem merece!
"Um amigo é alguém que está contigo porque o necessitas, ainda que lhe encantaria estar em outra parte". Pois é isso o que, muitas vezes, acontece com meu querido Cássio, "sobrinho do coração", solicitado por mim para achar possíveis defeitos em meu micro, tendo que deixar a avó querida, em São Miguel dos Campos, para atender ao meu chamado. E o faz com a maior boa vontade. Isso me encanta nesse amigo-sobrinho querido, com quem sei poder contar em todos os momentos de minha vida. É, portanto, com imenso carinho que o homenageio aqui, nesse cantinho especial do meu blog.
MULHER
Mulher,Elogiar-te hoje,somente hoje, neste teu dia, é muito pouco. É até uma mesquinhezde nossa parte - homens.Por que não em todos os dias?E sempre que nos sobrar oportunidade para tanto,pois és heroína em todos os instantes da vida?Por que não todos os dias,se foi de ti que a vida nasceu?De ti o mundo foi povoado,de ti está aí a humanidadeCaminhando por caminhos mais tortuososdo que retos, mas não por culpa tua,Porque tu nos concebeste com amorNa fragilidade do teu corpo.Gestando-nos por nove meses, com sofrimento muitas vezes,Dando-nos, enfim, a vida?A vida, essa dádiva dos Céus.Escolhida pelo Criador para isso, tu foste.Elogiar-te somente hoje, neste teu dia,Não faz o menor sentido.Mesmo que não tenhas sido mãe,És merecedora de nosso reconhecimento,Pois continuas sendo uma guerreiraEm tantas atividades da vida.Desde a mais simples servidoraà mais graduada nas escalas profissionais.Mulher, hoje - 8 de março - merecidamente,Instituiram o Dia Internacional da Mulher,não foi por favor, mas por convicção,por reconhecimento do muito queo mundo te deve!Que Deus te abençoe, hoje e eternamente.Receba, com o meu carinho, essa flor!Paulo de Góes Andrade
No dia 1º de março, o Rio de Janeiro amanheceu mais lindo. Cheio de sedução e alegria, festejou 444 anos de vida. Fundada em 1565 por Estácio de Sá, ele, antes, foi a Capital brasileira, cedendo lugar a Brasília, fundada em 21 de abril de 1960, pelo presidente Juscelino Kubitschek, hoje Centro do Poder político da União. Mas o Rio continuou a ser a capital da beleza, da alegria e de todos os encantos. Seu nome provém de um fato curioso: ao chegar à Guanabara, em 1º de janeiro de 1502, o navegador Gaspar Lemos imaginou estar aportando às margens de um grande rio. Como era janeiro, ele o chamou de Rio de Janeiro. Polo turístico, tem na capital, a Cidade Maravilhosa, os lugares e praias mais famosos do mundo: Búzios, Angra dos Reis, Araruama, Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Floresta da Tijuca, Copacabana, Ipanema Leblon, Parati, são alguns dos seus principais pontos turísticos. E foi envolta nesse cenário deslumbrante que vivi 24 anos de minha vida, criando com a bela cidade um vínculo de amor que ainda hoje me toca o coração. Jamais esquecerei os momentos importantes que vivi no Rio, e os lugares inesquecíveis em que fiz amigos e aprendi a amar a vida: bar Amarelinho, Solar da Fossa, Beco das Garrafas, em companhia de amigos queridos, como Zé Kéti, Oscarito, Paulo Leminski, Nara Leão, Carlinhos e Regina Schineider, Jorge Segundo, Lourdinha e Milton Nascimento e tantos outros, cujas lembranças me enternecem. Aproveito, então, a oportunidade para homenagear o Rio de Janeiro e, sobretudo, os amigos que lá deixei, mas que seguem comigo, na minha trajetória de vida, aconchegados em meu coração. Parabéns, MEU RIO DE JANEIRO, MINHA CIDADE QUERIDA!
Em 2004, a Escola de Samba
Gaviões da Pajuçara desfilou
com o enredo "Na Raiz da Ter-
ra Guerreira, Arlene Miran-
da Conta a Nossa História",
uma homenagem aos meus 50
anos de jornalismo. Aquele foi um
dos momentos mais emocionantes
da minha vida. Na foto, eu em ple-
no desfile.
A Escola de Samba "Gaviões daPajuçara" sagrou-se campeã do carnaval deste ano (2009) com 82 pontos, com o enredo "Delmiro Gouveia, o Mauá do Sertão", uma homenagem à vida e à obra desse cearense, de coração alagoano, pioneiro na eletrificação no Brasil.
O desfile aconteceu na noite de sábado, 21/2, em frente ao Clube Fênix Alagoana, local não muito apropriado por ser uma área quase deserta, mal iluminada, o que favorece a ação dos bandidos e, infelizmente, afasta o público. Não dá para entender por que a Prefeitura de Maceió teima em manter o desfile naquele local, quando na Pajuçara seria muito mais adequado. Bom, mas o importante é que a "Gaviões" foi campeã, o que muito me alegra pela admiração que tenho pela Escola e pelos laços de amizade que me prendem à sua presidenta, Marlilda Feitosa e seu marido, Hilton, o conhecido "Prego". A "Gaviões", inclusive, em 2004, desfilou com o enredo "Na Raíz da Terra Guerreira, Arlene Miranda Conta a Nossa História", numa homenagem aos meus 50 anos de jornalismo, um dos momentos mais emocionantes de minha vida. Foi lindo desfilar na orla da Pajuçara ouvindo o público cantar: "Arlene Miranda, é arte, é cultura..." Foi uma emoção indescritível!
